segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Brasil em meio a crise:

os anos 1930

 
A década de 1920 tinha trazido críticas ferrenhas aos fundamentos da república liberal brasileira. Os setores oligárquicos (agrário-exportadores) sofriam com os movimentos de oposição que vinham de fora (camadas médias urbanas, operários, militares de baixa patente, intelectuais e artistas) e de dentro do próprio grupo (as oligarquias dissidentes).
 
 
A esse contexto se une a crise internacional do liberalismo. Estava formado o cenário para eventos que modificariam muita coisa da sociedade brasileira.
 
 
Um dos historiadores responsáveis pela sistematização e interpretação desses  acontecimentos é Boris Fausto. Em seu livro, A revolução de 1930: história e historiografia, publicado pela   primeira vez em 1970, ele discute as explicações existentes à época acerca desse movimento e, ainda hoje, é utilizado como referência.
 
 
Veja parte da entrevista que o autor deu ao Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV), em 2010, quando se comemorou 80 anos da Revolução de 1930.
 
Além do conteúdo sobre os eventos daquele ano, perceba como se constrói a narrativa historiográfica sobre o passado. A objetividade possível, construída a partir das fontes, dos vestígios, que se abre a crítica, ao contraditório de seus pares, mas, que está marcada pelas questões de seu próprio tempo.
 
Identifique esses elementos. Reflita e nos brinde com os seus comentários.
 
 
 
 Glossário
 
CEBRAP: O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento foi fundado em 1969 por um grupo de professores universitários, parte dos quais afastados das universidades pela ditadura militar. Desde então o foco principal da instituição tem sido a análise da realidade brasileira, através de pesquisas nos diversos ramos das ciências humanas. 
 
TEORIA DA DEPENDÊNCIA:  
A Teoria da Dependência surgiu no quadro histórico latino-americano do início dos anos 1960, como uma tentativa de explicar o desenvolvimento sócio-econômico na região, em especial a partir de sua fase de industrialização, iniciada entre as décadas de 1930 e 1940. Em termos de corrente teórica, a Teoria da Dependência se propunha a tentar entender a reprodução do sistema capitalista de produção na periferia, enquanto um sistema que criava e ampliava diferenciações em termos políticos, econômicos e sociais entre países e regiões, de forma que a economia de alguns países era condicionada pelo desenvolvimento e expansão de outras.
Em um artigo clássico, A estrutura da Dependência, publicado em 1970 na revista American Economic Review, Theotônio dos Santos conceitua a dependência como sendo uma situação na qual a economia de certos países é condicionada pelo desenvolvimento e pela expansão de outra economia à qual está subordinada. A relação de interdependência entre duas ou mais economias, e entre estas e o comércio internacional, assume a forma de dependência quando alguns países (os dominantes) podem se expandir e serem autossustentáveis, enquanto outros (os dependentes) só podem fazê-lo como um reflexo daquela expansão, o que pode ter um efeito positivo ou negativo sobre seu desenvolvimento imediato.
Visitados em 03/09/2010)
 


33 comentários:

  1. Boris Fausto foi um dos principais historiadores responsáveis pelas críticas, e obras a respeito da revolução de 1930. Nessa matéria há um link que nos direciona a entrevista na qual Boris responde a perguntas feitas por um jornalista da Fundação Getúlio Vargas a respeito do Brasil no ano de 1930. Ele nos conta sobre sua opinião sobre a revolução ocorrida aqui, em terras Brasileiras, e diz que para ele a Revolução de 1930 teria sido um resultado de um conflito intra-oligáquico que foi fortalecido por movimentos militares dissidentes os quais pretendiam golpear a hegemonia da burguesia cafeeira, mas que porém não conseguiram alcançar seu objetivo. Resumindo : Criou-se um vazio de poder gerado pela incapacidade das demais frações de classe para assumir o poder de maneira exclusiva, e pelo colapso da sociedade burguesa-cafeeira. E esse vazio teria gerado o que ele diz de "O Estado de Compromisso". Que seria um compromisso entre as várias frações de classe e "aqueles que controlam as funções do governo", sem vínculos de representação direta.

    Essas e mais outras curiosidades da época vem com videos da entrevista...É só clicar no link do texto. Abraços...

    Marcello Galeão Teixeira. Turma :3A Numero:20

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    1. Vc. deveria ser chamado para fazer resenha de livros! Sim, foi uma boa síntese. Vc. apresentou dois conceitos fundamentais para a interpretação de Boris Fausto acerca da Revolução de 1930: vazio de poder e o Estado de compromisso, que, como ele mesmo nos diz, foi formulado por outro historiador - Francisco Weffort.

      Bjos

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Em termos de pesquisa historiográfica,é interessante perceber como o trabalho de Boris Fausto ao publicar "A Revolução de 30" é significativo dentro de uma academia que ainda se recusava ou possuía receio em analisar a história contemporânea recente, ainda mais, construindo um livro dito pelo próprio autor como ensaístico ao trabalhar com reinterpretações de análises do movimento.

    Do ponto de vista didático, o material da FGV nos aponta aquilo que o próprio Marcello nos disse: a importância da criação de um vazio de poder no final da década de 20 para que as oligarquias dissidentes e o movimento tenentista, apoiados por outros setores da população,conseguissem ascender ao poder com a criação de um Estado de Compromisso encabeçado por Vargas.Além disso, o próprio Boris Fausto nos aponta a importância da Revolução de 30 como o movimento que efetivamente levou o Brasil à mudanças políticas governamentais que o afastassem do domínio do privado sobre o Estado e o aproximasse do ideal republicano do qual tanto se distanciara com a anterior república do coronialismo e do privilégio de oligarquias.

    Igor Alves Turma 3B Número 17

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    1. legal, Igor. Apesar de considerar mai complexa a análise que define um estado afastado do domínio do privado, não podemos nos esquecer que o estado pós 1930 foi o primeiro que no Brasil estabeleceu um planejamento a longo prazo para o desenvolvimento nacional, o que não significa dizer que este modelo encontrava-se apartado dos interesses de determinados setores de elite econômica nacional e internacional.
      bjos

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  4. Como Boris Fausto aponta, a Revolução de 1930 é "resultado de um conflito intra-oligárquico". O vetor que traz a contribuição final para a Revolução, é quando o presidente paulista Washington Luís indica um sucessor paulista (Júlio Prestes) para concorrer nas eleições, ao invés de um mineiro, infringindo, assim, a política do "café com leite". Minas Gerais, então, se une ás elites dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio de janeiro, formando assim a Aliança Liberal, indicando Getúlio Vargas como candidato concorrente de Júlio Prestes. Não conformados com a vitória do paulista nas eleições, a Aliança apoia a Revolução de 1930.

    Gustavo da Silva Ramos, T:3A

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    1. Sim,Gustavo. Mas, vamos ampliar mais os nossos horizontes? Quais os setores sociais que assumem o controle desse estado após o movimento de 1930? Alguma facção oligárquica dissidente tem condições de fazer isso? Se não, como se organiza socialmente e economicamente o governo de Vargas? Para complementar seu texto.
      Bjos.

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    2. Acontece que a acrise de 1929 "desarma" o setor cafeicultor paulista. Essas elites perdem ainda mais força quando Vargas põe "tenentes" para governar São Paulo. Mesmo assim, a crise do café foi um grande desafio a ser combatido por Getúlio no decorrer de toda a década de 1930, já que a economia brasileira dependia deste produto mais que qualquer outro.

      Gustavo da Silva Ramos Turma 3A

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    3. Legal, Gustavo!! Sem dúvida, apesar da perda da hegemonia, a cafeicultura continua a ser um dos sustentáculos da economia brasileira, daí não ter sido esquecida por Getúlio.
      Mas, o que indaguei foi acerca da seguinte questão: Getúlio era representante de uma oligarquia - a gaúcha -, foi apoiado por outras - as chamadas dissidentes -, porém, após subir ao poder nenhuma dessas oligarquias teve condições de assumir o controle do poder como antes havia feito os cafeicultores! Por que? A crise do modelo primário exportador pode ajudar-nos a entender. Mas, sendo assim (o que o Boris Fausto denomina no filme que vimos "vazio de poder") o estado tem que ele mesmo criar as estruturas necessárias para governar - é a burocracia pública - técnicos, intelectuais e militares - que irá dar a sustentação ao poder de Vargas.

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  5. A entrada dos anos 30 foi um momento complexo, em que se desencadearam consecutivas cisões em diversos niveis do cenário político brasileiro.
    A revolução de 30 mostra saturação que a política brasileira sofria, em concordancia com o desgaste também da economia, de que se eram feitas demandas diferenciadas pelo mercado internacional na entrada dos anos 30, que ocasionaram diversas cisões sociais.
    Isso porque, em um contexto de crise econômica e de instabilidade diplomatica (referente ao cenário do entre-guerras), a quebra com a política de oligarquias representa, também, a insustentabilidade do projeto economico vigente, que privilegiava cegamente os interesses particulares de oligarquias privilegiadas em detrimento da ideologia republicana do Bem comum, e em alguma medida reflete os questionamentos que se faziam ao modelo político liberal.
    Além disso, também a sociedade se mostrava desgastada, o que é visivel na efervescência de conflitos entre interesses de classe, como fica claro nos movimentos tenentista, operário, na cisão entre oligarquias, etc. Essa efervescencia é característica da conjuntura de vazio de poder, em que nenhum grupo social se apresentava suficientemente forte para tomar as rédeas da política brasileira.


    Daniel Santiso 3A

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    1. Boa reflexão, Santiso! Mas, não acredito que o vazio de poder se faz sentir "na efervecência dos conflitos entre interesses de classe", como vc. disse. Senão, em qualquer sociedade onde se estabelecesse conflitos de classe teríamos um vazio de poder! O vazio de poder reflete a falta de uma classe ou setor de classe com força suficiente para assumir hegemônicamente o poder e não a existência de conflitos de classes! Estes são sintomas de que esses setores tentam impor os seus interesses sobre os dos demais ou lutam para encontrar um espaço para si na esfera multifacetada do poder político. A questão que significou o vazio de poder no Brasil pós 1930, segundo Boris Fausto, foi o fato de que vencidos os cafeicultores (que dominavam a República Velha), nenhum de seus opositores (muitos lutaram ao lado de Vargas) tiveram condições de se impor perante aos outros e aos próprios cafeicultores. Como governar assim? Vargas construiu uma tecnoburocracia que, intervindo nos diferentes setores da sociedade - economia, cultura, educação etc - produziu o apoio de que ele precisava para manter-se no poder.
      Bjos

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  6. A revolução de 30 vem sendo construída com base em diversas críticas e problemas que o governo vinha enfrentando durante a década de 20. A república do “café com leite”, ou republica Velha (termo considerado por muitos historiadores como errôneo) já trazia em si uma contradição básica, a “coisa pública” não era assim tão pública. As votações e as indicações a presidentes eram feitos para os dois estados mais poderosos do país (São Paulo e Minas Gerais, maiores produtores de café, além de que Minas apresentava também o maior colégio eleitoral do país na época) concentrando dessa forma o poder político e econômico do Brasil.
    Nesse contexto, haviam revoltas de militares de baixa patente que exigiam mudanças nesse sistema injusto que dominara o Brasil, pois esses tenentes não recebiam nenhum benefício, nem assumiam nenhuma parte do poder. Realizaram vários movimentos, mas os dois mais importantes da época foram 18 do Forte e a Coluna Prestes. Ambos não tiveram o efeito esperado na época.
    Na semana de 1922, também vemos as críticas por parte da massa artística presente no Brasil. Em seus textos defendiam o progresso, as máquinas, o positivismo, uma crítica ao modelo agro-exportador que o país era.
    Além desses havia também os desagradados vindos de movimentos operários, PCB (1922) e o anarcossindicalistas, que realizavam greves, e pediam pelos direitos trabalhistas, que nessa época não estavam presentes na constituição de 1981 (Getúlio Vargas que fortaleceu o ministério do trabalho e criou leis trabalhistas).
    O estopim, para que houvesse finalmente um concorrente que tivesse chances de ganhar as eleições, foi quando Washington Luiz indica Julio Prestes para presidente no lugar de um mineiro. Essa cisão oligárquica foi o momento em que Minas Gerais se une com Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul para indicar Vargas como candidato a presidência.
    Na eleição contra Prestes, Vargas perde, pois havia inúmeras corrupções, que impediram que o gaucho subisse ao poder. A eleição manipulada deu a vitória a Julio Prestes, e ainda houve a cassação de mandatos de muitos políticos pela CVP dos eleitos pela Aliança Liberal.
    Assim, após a vitória, novamente, paulista, ocorre um assassinato de um dos integrantes da Aliança Liberal (grupo das oligarquias dissidentes), João Pessoa. Apesar de depois ser comprovado que o crime foi passional, foi usado como um motivo político para Vargas dar o golpe (ou revolução?) e tomar o poder de São Paulo, e ser presidente do Brasil.

    Ana Carolina Rocha 3B

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    1. Ana Carolina, vc. fez uma síntese linear do processo revolucionário de 1930, mas, faltou análise e algumas considerações estão equivocadas. Senão vejamos: "Nesse contexto, haviam revoltas de militares de baixa patente que exigiam mudanças nesse sistema injusto que dominara o Brasil, pois esses tenentes não recebiam nenhum benefício, nem assumiam nenhuma parte do poder." Você acha que todos os segmentos sociais (nesse caso corporativo militar) tem que ter que estar no poder? Isso é complicado, não?
      Reveja seu texto.
      bjos

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  7. O contexto da época era bem desfavorável aos produtores de café, desde a quebra da bolsa de Nova York eles tinham deixado de ter grande lucro. O Brasil naquela época ainda vivia na chamada república do Café com Leite, onde São Paulo e Minas Gerais revesavam a poder.
    1930 era a vez de um político mineiro ser o candidato do eixo formando entre Minas Gerais e São Paulo, mas com a crise do café teve um racha na relação entre esses 2 estados, fazendo com que São Paulo lançasse candidato próprio, quebrando assim a aliança com Minas Gerais, acabando assim o regime oligárquico que o Brasil passava por 2 décadas.
    Além dos problemas intra-oligárquicos, também ocorreram muitos movimentos de oposição de camadas mais populares, pelo fato de não terem acesso ao café super produzido e de não estarem mais aceitando esta república.
    No fim, Minas Gerais se une com Rio Grande do Sul e apoiam Getúlio Vargas contra o candidato de São Paulo.

    Pietro Lima Locks Guimarães T:3A nº 25

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Durante a revolução de 1930, grupos políticos de diversas partes do país se uniram para destituir o presidente da República, formando assim a chamada Aliança Liberal. Seu programa era refletir as aspirações das classes regionais dominantes que não lucravam com o domínio do núcleo cafeeiro.
    Entretanto, muitos políticos apoiaram a tal revolução apenas porque queriam quebrar a hegemonia paulista; os conservadores, por exemplo, desejavam apenas um maior atendimento à sua oligarquia com um mínimo de transformações na estrutura socioeconômica marcante no período da história chamado República Velha. Com a troca de poder, os velhos oligarcas caíram, mas subiram os militares e, apesar de terem apoiado abertamente a "política do café puro", a burguesia industrial.
    O motivo para que os industriais terem apoiado a "política do café puro" é explicada nas obras do historiador Boris Fausto. Os grandes industriais contavam com o apoio do Partido Republicado Paulista e eram por este representados, além disso, a burguesia industrial carioca possuía muitos cargos do governo. Desta forma, o principal eixo da indústria brasileira era agraciada e não tinha motivos para simpatizar com Vargas, mas mesmo assim a burguesia industrial era bastante íntima do governo logo no início da década de 30.

    Jonatha Reis. Turma 3C. Número 17.

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    1. Engraçado isso, não é, Jonatha? Parece contraditório,mas, na realidade, não é! No Brasil, a industrialização quase sempre esteve relacionada ao desenvolvimento da cafeicultura durante a República Velha. Aliás, essa situação vinha do II Reinado.
      bjos

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  10. A revolução de 1930 foi desencadeada por fatores como: o clima desfavorável da economia que não encontrou recuperação da crise de 1929 que, no caso do Brasil, afetou a exportação de café; e também a disputa política que se criou pela insatisfação de oligarquias que não possuem poder com a Política do Café com Leite, com São Paulo e Minas Gerais revesando a presidência da República. Assim, a disputa das demais oligarquias por poder, criou um cenário político um tanto quanto "vazio" e foi nesse cenário que surgiu a figura de Getúlio Vargas, como candidato a presidência na concorrência com o candidato de São Paulo. Getúlio seria posteriormente um símbolo de revolução e transformação na configuração social e política do Brasil.

    Mateus Alves e Alves turma 3A

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    1. Sim, Matheus! A crise internacional da exportação do café, levou à crise também os outros setores oligárquicos. Afinal, eles se alimentavam com as "migalhas" distribuidas pelo governo dos cafeicultores (não esqueça da política dos governadores). Quanto ao vazio de poder, é necessário esclarecer algo: A questão que significou o vazio de poder no Brasil pós 1930, segundo Boris Fausto, foi o fato de que vencidos os cafeicultores (que dominavam a República Velha), nenhum de seus opositores (muitos lutaram ao lado de Vargas) tiveram condições de se impor perante aos outros e aos próprios cafeicultores. Como governar assim? Vargas construiu uma tecnoburocracia que, intervindo nos diferentes setores da sociedade - economia, cultura, educação etc - produziu o apoio de que ele precisava para manter-se no poder.
      Bjos

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  11. Um importante movimento político-social que preparou o caminho para a revolução de 30 foi o chamado tenentismo. Nele, jovens oficiais de baixa e média patente realizaram diversas manifestações que buscavam mudanças na estrutura de poder no Brasil. Suas principais reinvidicações eram o fim da política do café com leite, a instituição do voto secreto e consequentemente o fim do voto de cabresto. Após grandes movimentos como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922, a Revolução de 1924 e a Coluna Prestes, alguns 'tenentes' acabaram por ingressar na Aliança liberal. Dessa forma, o grupo tenentista foi muito importante para a concretização da revolução de 30, tanto que, após a subida de Getúlio no poder, muitos dos tenentes foram nomeados interventores, em que exerciam um cargo análogo ao de um governador do estado. O projeto político do tenentismo na era vargas era a de um governo centralizador, forte, interventor e reformista. Assim, eles se contrapunham às elites oligárquicas alijadas do poder, como as de São Paulo, que mais tarde, em 1932, organizaram a revolução constitucionalista que lutava pela criação de uma nova constituição para o país. A partir das eleições de 33, o movimento tenentista se diluiu pois devido às divergencias internas, não foi possível criar uma base política sólida que pudesse convergir para as mudanças estruturais no nosso país que os tenentes tanto desejavam.

    Camila Almeida Porfiro turma 3C

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    1. Boa síntese! Mas,como podemos entender o afastamento dos tenentes de Vargas após 1932?
      Bjos.

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    2. Tentando complementar o que a Camila disse e responder á sua pergunta:

      Em um momento inicial do Governo provisório de Vargas, os tenentistas foram recompensados por terem sido peça crucial na revolução de 30, sendo nomeados vários deles como interventores para cada um dos estados brasileiros. Substituiam os presidentes estaduais da república velha, possuindo assim grande poder político no Brasil. Os tenentes apoiavam a centralização do poder nas mãos de Vargas, melhores direitos trabalhistas e a modernização do país.
      Eles enxergavam a si próprios como grandes revolucionários, chegando a fundar o clube 3 de outubro, organização formada por eles que defendia, principalmente, o prolongamento do Governo Provisório (ou seja, o poder nas mãos deles). Essa organização também era contra a reconstitucionalização do Brasil, que era o projeto principal das reinvindicações dos grupos oligárquicos de São Paulo. Só que para o azar dos tenentes, as revoltas das oligarquias apesar de terem sido contidas pelo governo, tiveram um efeito positivo na formação de uma nova constituição.
      Foram feitas eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte. Isso, na visão dos tenentes era algo que ia contra o ideal revolucionário. Assim, o grupo tenentista se dividiu, já que alguns continuaram mantendo seus ideais e outros se converteram ao apoio de grupos oligarquicos almejando permanecer tendo influencia política.
      O tenentismo assim se dilui não somente por causa da incapacidade de formar uma base política consistente. Havia ficado claro para Vargas com as revoltas em São Paulo, que não era favorável ir contra aos grupos políticos regionais que eram influentes. Ele vira ás costas para aqueles que haviam o ajudado a entrar no poder, organizando as eleições que culminaram no enfraquecimento do movimento tenentista e no afastamento do apoio dos tenentes á Vargas.

      Pedro Henrique Paixão Batista, Turma 3C

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    3. Ótimo, Pedro! Boa complementação! Obrigada!

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  12. http://2.bp.blogspot.com/-e8Elmv8xNMo/T9-xXfOwK4I/AAAAAAAADCg/qseTK7zj4Xo/s640/575144_353263001412943_105087688_n.jpg
    Na imagem, percebe-se a tentativa inútil das outras oligarquias tentando alcançar o poder que se concentrou nas mãos de mineiros e paulistas.
    Esse poder concentrado só pode ser desconstruído a partir da tomada de poder unicamente por SP (que fez MG se unir às outras oligarquias), e a afirmação das revoltas tenentistas sendo apoiadas pelas oligarquias dissidentes e lideradas por Vargas. Instaurando uma república "nova", com um governo provisório e centralizador Varguista.

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  13. Um dos acontecimentos da década de 20 que influenciou na queda da república velha foi a Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922. Os modernistas pregavam o progresso e modernização, que não poderia ser atingida se a política se mantivesse como estava, com a troca das oligarquias paulista e mineira no poder. Assim, eles propunham um nacionalismo crítico e a quebra dos padrões e da estaticidade.

    Esse pensamento corrobora o sentimento de insatisfação com o monopólio do poder e, com a crise do sistema liberal (causada pela crise de 1929), a crise do café e o movimento tenentista, o movimento revolucionário culmina em 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, que inicia uma nova fase da república brasileira.

    Helena Rodrigues Oliveira T:3B

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    1. Boa, Helena!!! O que demonstra a relação entre a arte e a política. Os intelectuais e artistas não estavam (estão) fora do contexto de crise que caracterizou a década. O movimento, apesar de restrito, demonstrou a contradição entre parte significativa da sociedade civil da época e a estrutura de poder político vigente.

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  14. O video está claramente relacionado à nossa proposta de trabalho que está sendo realizada nesse blog. O rapaz que participa do programa, convida a plateia a participar de uma apresentação diferente, em que a audiencia é pautada não só naquele que apresenta e transmite o programa, mas sim também por aqueles que o assitem. Assim como a tarefa aqui é sair um pouco da rotina da sala de aula, em que o mestre fica la na frente e os alunos assistindo à aula, o video passa a mensagem de que, as vezes, sair do que é rotineiro acaba sendo bem mais legal e proveitoso.

    Aline Moreira Machado Costa T:3B

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    1. Oi, Aline! Acho que este comentário está relacionado a primeira postagem, não é?

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. Ao meu ver, revolução de 30 germina com a junção de alguns acontecimentos que ocorriam ao mesmo tempo e que acabaram por estremecer cada vez mais as bases do governo existente baseado na política do "Café com Leite". A crise do setor cafeeiro, crise esta que germina ainda em 1920 quando a produção do café no país alcança níveis absurdos de produção, só que nessa época, com a economia mundial em alta, meso tendo muito produção a quantidade de cafe excedente era bancada pela quantidade escoada. O que os produtores não contavam era que haveria uma crise financeira que abalaria a economia em escala mundial, e assim os gastos dos países seriam controlados e o cafe, por ser um produto não essencial foi sendo cada vez menos comprado e os estoques de cafe cada vez maiores a ponto de os produtores começarem a ter prejuízo .
    Nesse ponto entra a influencia dos comandantes do governo, que, subsidiados por esses mesmos produtores, quando não sendo também, compram o cafe excedente para não dar prejuízo as produtores e manter, ao menos no Brasil um valor aceitável de vendo do cafe. Em resumo, a economia nacional estava rumando à falência.
    Ao mesmo tempo em que isso acontecia, um racha dentro da própria liderança contribuiu para deixar mais frágil ainda a presidência nacional. Minas e São Paulo entram em brigas diplomáticas e enfraquecem ainda mais a aliança.
    Neste momento, Oligarquias do restante do país, insatisfeitas por não participarem da politica do cafe com leite, enxergam um momento muito oportuno para tentar alcançar o poder. Em especial a oligarquia do Rio Grande do Sul, que se alia aos tenentes que haviam acabado de participar da Coluna Prestes e em 1930 acabam por invadir o Rio de Janeiro e entregar o poder para o então governador do RS, Getúlio Vargas.

    Matheus da Silva Santos N°23 Tª3-C

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    1. Boa síntese, pena que a postagem esteja atrasada em relação ao período acordado para avaliação.

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