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“Por que ser um Black bloc? Ao viver a tática radical, sem hierarquia e descentralizada, jovens alcançam sensações de libertação e fortalecimento”.
As roupas negras
e as máscaras utilizadas pelos grupos visam esconder os participantes e
dificultar sua identificação pelas autoridades. A estratégia também faz com que
eles se unifiquem, criando a impressão de uma só massa.
Entre os
preceitos pregados, está a destruição de propriedade, como forma de protesto e
de chamar a atenção para suas posições. Sedes de empresas que costumam apoiar
os governos contra os quais se protesta costumam ser alvo, assim como bancos,
por sua relação com o capitalismo – a essência do movimento é anticapitalista.
Por se tratar de
uma estratégia, o grupo não é unificado – em um mesmo protesto é possível haver
várias aglomerações de Black Blocs, seguindo os mesmos preceitos, mas com
táticas diferentes.
No Egito, os
militantes se definem como "uma geração que descende do sangue dos mártires"
da mobilização popular de 2011, que obrigou Hosni Mubarak a abandonar a
presidência do país, depois de ter ocupado o cargo durante três décadas.
"As
revoluções não são feitas com água de flor de laranjeira, mas com sangue",
dizem, afirmando serem "potenciais mártires".
Apesar
de suas raízes remontarem aos movimentos autonomistas da Alemanha da década de
80 – voltados para uma oposição direta à burocracia – a tática blackbloc (que
deve seu nome à mídia e à polícia alemã) apenas entra de fato na vida da
América do Norte e da Europa na virada para o século XXI. Desde então, vem se
tornando uma característica comum em protestos e distúrbios que se estendem do
Oriente Médio à América do Sul. Sua atuação independe da posição geográfica.
Afinal, como afirmam seus militantes, trata-se de um confronto contra forças de
repressão global.
Essa tensão emergiu, por exemplo, no
movimento Occupy Wall Street (2011). E nos protestos de rua brasileiros, os
gritos de "sem vandalismo" são muitas vezes desafiados por um coro de
"sem moralismo!". As táticas dividem a opinião pública e se voltam
contra a maioria daqueles que não acreditam em violência de nenhum tipo,
incluindo a destruição de propriedades. Além
disso, os blackblocs são muito criticados por sua composição étnica
e social: uma maioria masculina e branca de garotos provenientes da burguesia,
entre 20 e poucos e 30 anos.
Referências:
TOLEDO, Edilene. Anarquismo e sindicalismo revolucionário:
Trabalhadores e militantes em São Paulo na Primeira República. São Paulo: Fundação
Perseu Abramo, 2004
Revista de História.com.br
- Veja.com
Para refletir:
“A palavra anarquia,
usada frequentemente para designar desordem e confusão, vem do grego e
significa “sem governo”, isto é, o estado de um povo sem autoridade
constituída. Do mesmo horizonte de significado nasce o anarquismo, doutrina
política que prega que o Estado é nocivo e desnecessário e que existem
alternativas viáveis de organização voluntária” (Edilene Toledo -
professora da Universidade Federal de São Paulo e autora de Anarquismo
e sindicalismo revolucionário: Trabalhadores e militantes em São Paulo na
Primeira República- Fundação Perseu Abramo, 2004).
Vandalismo (substantivo
masculino)
1. ação própria dos
vândalos ('povo'), que consiste em atacar produzindo ruína, devastação,
destruição.
2. p.ext. ato ou efeito de produzir estrago ou destruição de
monumentos ou quaisquer bens públicos ou particulares, de atacar coisas belas
ou valiosas, com o propósito de arruiná-las.